sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Carta de um piloto - com Patrick Choate

Não sei dizer se ao decorrer do tempo ganhamos um cliente amigo ou um amigo cliente, mas de qualquer forma ficamos surpresos e emocionados com uma carta que recebemos após a entrega de uma arte.
Capacete Schuberth Patrick Choate
Garrafa e hans personalizados

A cada linha lida fui descobrindo tesouros, e o mais emocionante é que eram tesouros que vinham do coração, mas eu não tenho o poder de guardar só pra mim, por isso venho dividir com vocês que acompanham nosso trabalho, amantes da arte e automobilismo essa reflexão e emoção do nosso querido amigo Patrick, e que muitos se identificarão...

"O que os pilotos: Ivan Capelli e Michele Alboreto da Itália, Johnny Herbert e Mark Blundell da Inglaterra, Olivier Panis, Emanulle Collard, Yanick Dalmas, Jean Christoph Bouillon da França e Ayrton Senna, na sua época de kart, tem em comum? Além de faixas em seus capacetes, imagino que nada, inclusive alguns destes pilotos são tão distintos em seus estilos de pilotagem como o céu e o mar (Michele Alboreto e Johnny Herbert) e tão antagônicos em suas personalidades como um artista e um engenheiro (Ivan Capelli e Jean Christoph Bouillon).

Diferentes personalidades refletem em distintos estilos de pilotagem e este estudo do perfil “antropológico” dos pilotos e suas personalidades quando não me acorda domingo pela manhã (GPs da Europa) me faz ir dormir madrugada a dentro (GP do Japão).

Como mesmo no começo do kart eu sempre busquei ser um piloto completo e com a melhor bagagem técnica para ganhar corridas, e logo manter os patrocinadores alegres; porem sempre me preocupei também em entreter o publico presente com manobras e ultrapassagens de tirar o folego, cavalos de pau e zerinhos de comemoração, eu quis imprimir esta dualidade no único elemento da parafernália de um piloto que não mudaria de cor com a eventual mudança de patrocinadores: meu capacete.

Como nenhum campeão mundial de F1 Brasileiro teve um capacete com o topo azul (Senna era amarelo, Piquet uma gota vermelha e Emerson uma faixa vermelha no fundo azul) eu decidi seguir com o topo azul como presente na esfera central da nossa maravilhosa bandeira nacional, para representar o céu, e na parte de baixo, para representar o mar. No centro 2 faixas (como um elemento que remetesse ao nosso grande campeão Ayrton e todos os pilotos descritos acima).

Neste contexto de azul encima e embaixo com duas faixas centrais uma amarela e outra verde eu quis ir além abordando os diferentes modos de se pilotar um carro: as faixas centrais deveriam  simbolizar o perfil artístico (sempre arriscando, buscando passar o limite para conhece-lo e muito intuitivo) e nos azuis o aspecto técnico (frio, cartesiano e calculista) meio-a-meio, equilibrado e completo.

O único elemento comum entre tecnologia e arte deveria ser o material que mudou a minha vida e ao qual eu devo boa parte do que tenho e do que hoje me tornei. Com ele se constroem carros de F1 e aviões, e ainda fazem verdadeiras obras de arte na forma de relógios e objetos de decoração. Mais leve que o plástico, mais resistente que o aço e mais caro do que ouro - a fibra de carbono.

Por que gosto de capacetes?

Porque eles são o unico elemento no mundo que misturam as duas coisas que eu mais gosto: criatividade e tecnologia, arte e automobilismo, ele é a manifestação criativa de um piloto, capacetes se sacrificam para nos proteger, uma tela que invés de ser plana, é oval, a unica coisa que se dá pra ver do piloto numa corrida com um carro a mais de 200km/h, no futebol, basebol, basquete, volley ou qualquer outro esporte você tem todos os membros usando uniformes iguais, ninguém se destaca, já no automobilismo você não tem dois capacetes iguais e isto mostra diversidade e riqueza deste esporte maravilhoso, o esporte individual mais coletivo de todos."
by Patrick Choate


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